Em determinadas circunstâncias, você já esteve submetido a questionamentos desta natureza? Se sim, não se preocupe – nada mais natural! Expressões tão corriqueiras, mas que ao mesmo tempo funcionam como verdadeiros entraves para muitos usuários da língua.
Semelhantemente a outras ocorrências linguísticas, estas também estão condicionadas a determinadas regras, em se tratando de suas reais situações de uso. Portanto, algumas considerações se encontram evidenciadas a seguir, subsidiadas nos seguintes enunciados:
"As notas foram entregues a mim."
"Esta pesquisa é para eu fazer."
Analisando a predicação do verbo entregar, constatamos que este se revela como transitivo indireto, pois sempre entregamos algo a alguém. Portanto, o pronome oblíquo “mim” funciona como complemento deste – ora representando o objeto indireto.
Já no segundo exemplo, o pronome pessoal do caso reto (eu) funciona como sujeito da oração. Eis que devemos sempre empregá-lo quando um verbo, conjugado no infinitivo, o preceder. Como nos demonstram os exemplos a seguir:
"Todos estes projetos são para eu executar."
Percebemos que o pronome (ocupando a posição de sujeito) é quem executa a ação.
Analisemos outro caso, a título de uma melhor compreensão:
"Para mim, viajar nestas férias não faz a menor diferença."
Parece haver informações contraditórias, se depois da referida expressão há um verbo no infinitivo!
Absolutamente! O fato é que neste caso, como a expressão em pauta se encontra demarcada por um sinal de pontuação, entende–se que esteja isolada do contexto, pois o correto seria que estivesse no meio ou no final. Revelada por:
"Viajar nestas férias não faz a menor diferença para mim."
Neste caso, sua função seria a de objeto indireto.
Precisa de ajuda em língua portuguesa? Veio ao lugar certo! Seja bem-vindo ao Destrava Línguas!
sábado, 23 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
DICAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA BOA REDAÇÃO
Toda redação deve ter início, meio e fim, que são designados por introdução, desenvolvimento e conclusão, respectivamente. Em um
texto dissertativo-argumentativo, as ideias, apresentadas com brevidade na introdução, distribuem-se e ampliam-se de forma lógica nos
parágrafos do desenvolvimento, sem haver fragmentação da mesma ideia em vários parágrafos. A conclusão deve apresentar proposta de
intervenção para o assunto abordado. O texto deve ser sempre bem claro, conciso e objetivo.
A coerência é um aspecto de grande importância para a eficiência de uma dissertação, pois não deve haver pormenores excessivos ou
explicações desnecessárias. Todas as ideias apresentadas devem ser relevantes para o tema proposto e relacionadas diretamente a ele. A
originalidade demonstra sua segurança e faz um diferencial em meio aos demais textos. Só não se pode, em aspecto nenhum, abandonar o
tema proposto.
Elementos de coesão: Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as ideias, estejam elas num mesmo parágrafo ou não. Não é
obrigatório, entretanto, o emprego destas expressões para que um texto tenha qualidade. Seguem algumas sugestões e suas respectivas relações:
assim, desse modo – têm valor exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por eles serve normalmente para explicitar,
confirmar e complementar o que se disse anteriormente.
ainda – serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão; ou para incluir um elemento a
mais dentro de um conjunto de ideias qualquer.
aliás, além do mais, além de tudo, além disso – introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo. Pode ser usado
para dar um “golpe final” num argumento contrário.
mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) – marcam oposição entre dois enunciados.
embora, ainda que, mesmo que – servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento, diminuir sua
importância. Trata-se de um recurso dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.
este, esse, aquele – são chamados termos anafóricos e podem fazer referência a termos anteriormente expressos, inclusive para
estabelecer semelhanças e/ou diferenças entre eles.
A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o assunto. Para tanto, deve-se atentar para as
relações de causa-consequência e pontos favoráveis e desfavoráveis, muito usadas nesse processo.
Algumas expressões indicadoras de causa e consequência:
causa: por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de...
consequência: consequentemente, em decorrência, como resultado, efeito de...
Obs.: Algumas expressões que podem ser usadas para abordar temas com divergência de opiniões: em contrapartida, se por um lado... /
por outro... ; enquanto uns afirmam... outros dizem que...
Toda redação deve ter início, meio e fim, que são designados por introdução, desenvolvimento e conclusão, respectivamente. Em um
texto dissertativo-argumentativo, as ideias, apresentadas com brevidade na introdução, distribuem-se e ampliam-se de forma lógica nos
parágrafos do desenvolvimento, sem haver fragmentação da mesma ideia em vários parágrafos. A conclusão deve apresentar proposta de
intervenção para o assunto abordado. O texto deve ser sempre bem claro, conciso e objetivo.
A coerência é um aspecto de grande importância para a eficiência de uma dissertação, pois não deve haver pormenores excessivos ou
explicações desnecessárias. Todas as ideias apresentadas devem ser relevantes para o tema proposto e relacionadas diretamente a ele. A
originalidade demonstra sua segurança e faz um diferencial em meio aos demais textos. Só não se pode, em aspecto nenhum, abandonar o
tema proposto.
Elementos de coesão: Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as ideias, estejam elas num mesmo parágrafo ou não. Não é
obrigatório, entretanto, o emprego destas expressões para que um texto tenha qualidade. Seguem algumas sugestões e suas respectivas relações:
assim, desse modo – têm valor exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por eles serve normalmente para explicitar,
confirmar e complementar o que se disse anteriormente.
ainda – serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão; ou para incluir um elemento a
mais dentro de um conjunto de ideias qualquer.
aliás, além do mais, além de tudo, além disso – introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo. Pode ser usado
para dar um “golpe final” num argumento contrário.
mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) – marcam oposição entre dois enunciados.
embora, ainda que, mesmo que – servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento, diminuir sua
importância. Trata-se de um recurso dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.
este, esse, aquele – são chamados termos anafóricos e podem fazer referência a termos anteriormente expressos, inclusive para
estabelecer semelhanças e/ou diferenças entre eles.
A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o assunto. Para tanto, deve-se atentar para as
relações de causa-consequência e pontos favoráveis e desfavoráveis, muito usadas nesse processo.
Algumas expressões indicadoras de causa e consequência:
causa: por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de...
consequência: consequentemente, em decorrência, como resultado, efeito de...
Obs.: Algumas expressões que podem ser usadas para abordar temas com divergência de opiniões: em contrapartida, se por um lado... /
por outro... ; enquanto uns afirmam... outros dizem que...
terça-feira, 5 de abril de 2011
O grande e o pequeno
TODO CASO DE AMOR TEM SEMPRE UM GRANDE E UM PEQUENO.
[...]O pequeno ama, o grande se deixa amar. O grande fala, o pequeno ouve. O grande discorda, o pequeno concorda. O pequeno teme, o grande ameaça. O grande se atrasa, o pequeno se antecipa. O grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.
Não é uma questão de gênero. Existem homens pequenos e homens grandes, mulheres grandes e mulheres pequenas. O temperamento e as circunstâncias influem, mas não determinam. O grande pode ser mais bem-sucedido dos dois ou não. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é mais esperto, mas existem pequenos espertíssimos. Depende do caso. [...]
Mas como tudo pode acontecer, senão nada disso ia ter graça, por alguma razão, geralmente à noite, imprevisivelmente, o grande pode ficar pequeno, e o pequeno ficar grande de repente. Basta um vacilo, um cair de tarde, um olhar mais assim, um furacão, uma inspiração, uma imprudência.
Quando isso acontece, é comum o pequeno ficar maior ainda, o que torna o grande ainda menor. O ex-pequeno, logo promovido a grande, pode se vingar do ex-grande, se o seu sofrimento tiver boa memória. [...]
ADRIANA,Falcão
[...]O pequeno ama, o grande se deixa amar. O grande fala, o pequeno ouve. O grande discorda, o pequeno concorda. O pequeno teme, o grande ameaça. O grande se atrasa, o pequeno se antecipa. O grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.
Não é uma questão de gênero. Existem homens pequenos e homens grandes, mulheres grandes e mulheres pequenas. O temperamento e as circunstâncias influem, mas não determinam. O grande pode ser mais bem-sucedido dos dois ou não. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é mais esperto, mas existem pequenos espertíssimos. Depende do caso. [...]
Mas como tudo pode acontecer, senão nada disso ia ter graça, por alguma razão, geralmente à noite, imprevisivelmente, o grande pode ficar pequeno, e o pequeno ficar grande de repente. Basta um vacilo, um cair de tarde, um olhar mais assim, um furacão, uma inspiração, uma imprudência.
Quando isso acontece, é comum o pequeno ficar maior ainda, o que torna o grande ainda menor. O ex-pequeno, logo promovido a grande, pode se vingar do ex-grande, se o seu sofrimento tiver boa memória. [...]
ADRIANA,Falcão
domingo, 3 de abril de 2011
O Amor... (na visão de quem sabe amar!)
O Amor (Fernando Pessoa)
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
...
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
...
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
...
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
...
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
...
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
...
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Doces lamentos
"...os corredores são longos e estreitos, mas esperam por passos silenciosos que insistem em recriar uma coreografia arriscada e sutil..."
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